O Net Zero Asset Owner Alliance (NZAOA) é uma iniciativa liderada por membros de investidores institucionais comprometidos em fazer a transição dos seus portfólios de investimento para emissões net zero de Gases com Efeito de Estufa (GEE) até 2050 – consistente com um aumento máximo de temperatura de 1,5°C. Este Compromisso é assumido com a expetativa de que os governos cumpram os seus compromissos para garantir o cumprimento dos objetivos do Acordo de Paris. Contando agora com 74 investidores institucionais, a Aliança representa mais de US$ 10,6 triliões em ativos sob gestão (AUM). A Aliança é convocada pela Iniciativa Financeira do PNUMA e pelos Princípios para o Investimento Responsável (PRI).
Esta Aliança reafirma o papel determinante do setor financeiro na transição para uma economia de baixo carbono. Enquanto fornecedores de capital, os proprietários de ativos estão numa posição privilegiada para influenciar o comportamento das empresas.
Os membros da Aliança são os primeiros do setor financeiro a estabelecer metas intermédias (a cada 5 anos), que incluem taxas de redução de CO2 para 2025 (22% – 32%) e para 2030 (49% – 65%), em linha com o artigo 49º do Acordo de Paris. Estas metas intermédias são importantes para determinar o progresso em direção ao objetivo de longo prazo, de 2050. A definição de metas desempenha um papel fundamental na direção e aceleração da adoção do net zero pelos membros. Além disso, fornecem um mecanismo para demonstrar progresso e credibilidade para o público.
O 2º Relatório de Progresso mostra um crescimento significativo de membros acompanhado por metas de descarbonização.
- Os membros da Aliança estão a demonstrar liderança através do envolvimento direto e coordenado com empresas e gestores de ativos. Graças a isto, o número de empresas investidas que adotam metas baseadas na ciência mais do que triplicou no último ano para 122, de 35 em 2021.
- Existem agora 41 membros que definem metas de Subportfólio – comprometendo-se a reduzir as emissões do portfólio em quatro classes de ativos para as quais existem metodologias de definição de metas (listed equity, publicly traded corporate bonds, real estate e infraestruturas) em pelo menos 22% até 2025 ou em pelo menos 49% até 2030.
- A maior parte dos investimentos em soluções climáticas está em investimentos “verdes” certificados, como obrigações verdes, energia renovável e setores imobiliários.
A Aliança pretende aumentar o número de membros que estão a estabelecer metas setoriais e acredita que a principal barreira é a ausência de dados. Por isso, lançou um call to action para empresas e provedores de dados. As metas setoriais permitem que os membros acompanhem a transição da economia global dentro de um setor e, assim, informem os ganhos de descarbonização que podem ser alcançados através da realocação de capital dentro de um setor, e não entre setores.
Para fazer parte da Aliança é necessário assumir o compromisso e reportar sobre o progresso para alcançar os objetivos traçados. A Aliança está também a procurar ajudar a criar um ambiente político capaz de acelerar a transição para o net zero. Para isso tem publicado vários documentos de discussão orientados para políticas e declarações de posição com análises aprofundadas de tópicos como a crise de segurança energética, precificação de carbono e divulgação de riscos climáticos.
“The members of the Alliance are holding themselves to account through concrete, near-term, science-based climate targets, and putting themselves in a strong position to benefit from the vast opportunities in climate-related investments. We hope this will encourage more asset owners to join us in aligning their portfolios with a pathway that keeps global warming to 1.5°C. We need investors from all corners of the world to act at scale, at pace, and together with national governments to make this the decade of transition despite the many other crises affecting the global economy.”
Günther Thallinger, Chair of the UN-convened Net-Zero Asset Owner Alliance
Artigo por equipa PwC Portugal